Às vezes pergunto-me onde raio tinha eu a cabeça quando escolhi este curso...
Trabalhar em farmácia não é nada fácil, sobretudo no que diz respeito a clientes. Há dias que saio completamente esgotada, triste, desiludida... Hoje foi um desses dias...
As pessoas não entendem que um medicamento não é uma peça de roupa e que existem determinadas regras, que por uma questão de segurança têm que ser cumpridas.
Chega-me um senhor a farmácia com uma vacina da gripe da mão, que começa logo com uma certa brutidão e me diz que comprou a vacina ontem, e que hoje recebeu uma carta da segurança social ou centro de saúde (eu sei lá que nem vi muito bem a carta) a dizer que tinha direito a vacina gratuita, e que queria entregar a vacina e receber o dinheiro. Ora eu de forma calma, tentei explicar ao senhor que não podia ser, que por questões de segurança tudo o que são produtos de frio, ao sair da farmácia já não podem ser devolvidos, pois a pessoa até pode estar a dizer a maior verdade do mundo mas na realidade quem está atrás do balcão não sabe se a vacina esteve ao calor, se andou aos trambulhões (sim porque as pessoas são capazes de tudo).
Compreendo que o senhor quisesse o dinheiro de volta e que 3€ e pouco se calhar para algumas pessoas faz diferença, mas as coisas funcionam assim e eu para tentar resolver da melhor maneira disse ao senhor para voltar mais tarde que ia falar com a directora técnica para ver o que podíamos fazer, mas mesmo que lhe devolvessemos o dinheiro a vacina ia fora porque não podia ser vendida a outra pessoa.
Algum tempo mais tarde, o senhor volta, para grande azar hoje a directora técnica atrasou-se um pouco e eu ainda não tinha falado com ela quando o senhor voltou. Começou logo a barafustar, a dizer mas que raio de hora de almoço tão longa (pode parecer longa mas trabalhamos por turnos logo os horários por vezes são estranhos e a Dra tinha chegado cedo e sai bastante tarde da farmácia, logo a hora da almoço por vezes é maior e com todo o direito), o senhor pediu-me as coisas de volta, começou a rasgar a embalagem da vacina à minha frente e ainda me disse: "olhe, faça de contas que é um supositório!" (traduzindo e desculpem a expressão.. para o enfiar no cu) e ainda me mandou à merda.... Não me deu hipóteses de dizer mais nada, eu fiquei completamente parva a olhar para tanta má educação...
Mas parece que o senhor já tem fama de mal criado segundo um dos meus colegas que assitiu ao fantástico episódio....
Isto magoa muito, e por vezes ouvimos com cada coisa que.... nem sei... Somos tratados como lixo, não têm respeito nenhum por nós... Eu não disse que não porque simplesmente me apetece, mas se calhar se eu chegasse ao senhor para lhe vender uma vacina e lhe dissesse: "olhe, espero que não se importe mas esta vacina já esteve em casa de outra pessoa..." tenho quase a certeza de que o senhor não ia gostar da ideia e que nem iria aceitar, mas não, ser mal educado e não perceber que um medicamento não é uma peça de roupa que chega a casa lava-se e está resolvido, é a maneira mais fácil...
Estou mesmo em baixo... ultimamente tenho apanhado com cada uma, cada vez penso mais, será que quero mesmo fazer isto até ao fim da minha vida?
Trabalhar em farmácia não é nada fácil, sobretudo no que diz respeito a clientes. Há dias que saio completamente esgotada, triste, desiludida... Hoje foi um desses dias...
As pessoas não entendem que um medicamento não é uma peça de roupa e que existem determinadas regras, que por uma questão de segurança têm que ser cumpridas.
Chega-me um senhor a farmácia com uma vacina da gripe da mão, que começa logo com uma certa brutidão e me diz que comprou a vacina ontem, e que hoje recebeu uma carta da segurança social ou centro de saúde (eu sei lá que nem vi muito bem a carta) a dizer que tinha direito a vacina gratuita, e que queria entregar a vacina e receber o dinheiro. Ora eu de forma calma, tentei explicar ao senhor que não podia ser, que por questões de segurança tudo o que são produtos de frio, ao sair da farmácia já não podem ser devolvidos, pois a pessoa até pode estar a dizer a maior verdade do mundo mas na realidade quem está atrás do balcão não sabe se a vacina esteve ao calor, se andou aos trambulhões (sim porque as pessoas são capazes de tudo).
Compreendo que o senhor quisesse o dinheiro de volta e que 3€ e pouco se calhar para algumas pessoas faz diferença, mas as coisas funcionam assim e eu para tentar resolver da melhor maneira disse ao senhor para voltar mais tarde que ia falar com a directora técnica para ver o que podíamos fazer, mas mesmo que lhe devolvessemos o dinheiro a vacina ia fora porque não podia ser vendida a outra pessoa.
Algum tempo mais tarde, o senhor volta, para grande azar hoje a directora técnica atrasou-se um pouco e eu ainda não tinha falado com ela quando o senhor voltou. Começou logo a barafustar, a dizer mas que raio de hora de almoço tão longa (pode parecer longa mas trabalhamos por turnos logo os horários por vezes são estranhos e a Dra tinha chegado cedo e sai bastante tarde da farmácia, logo a hora da almoço por vezes é maior e com todo o direito), o senhor pediu-me as coisas de volta, começou a rasgar a embalagem da vacina à minha frente e ainda me disse: "olhe, faça de contas que é um supositório!" (traduzindo e desculpem a expressão.. para o enfiar no cu) e ainda me mandou à merda.... Não me deu hipóteses de dizer mais nada, eu fiquei completamente parva a olhar para tanta má educação...
Mas parece que o senhor já tem fama de mal criado segundo um dos meus colegas que assitiu ao fantástico episódio....
Isto magoa muito, e por vezes ouvimos com cada coisa que.... nem sei... Somos tratados como lixo, não têm respeito nenhum por nós... Eu não disse que não porque simplesmente me apetece, mas se calhar se eu chegasse ao senhor para lhe vender uma vacina e lhe dissesse: "olhe, espero que não se importe mas esta vacina já esteve em casa de outra pessoa..." tenho quase a certeza de que o senhor não ia gostar da ideia e que nem iria aceitar, mas não, ser mal educado e não perceber que um medicamento não é uma peça de roupa que chega a casa lava-se e está resolvido, é a maneira mais fácil...
Estou mesmo em baixo... ultimamente tenho apanhado com cada uma, cada vez penso mais, será que quero mesmo fazer isto até ao fim da minha vida?
